sábado, 5 de maio de 2012

15 dias na Itália - 2 dias em Veneza


Roteiro realizado em Ago-Set/2011

Veneza, afinal, que arquiteto vai à Itália e não vai à "cidade flutuante"? Ficamos apenas 2 dias, o que não é suficiente para ver tudo que há de interessante, principalmente se for 'rato' de museus e galerias.

Na Piazza San Marco olhando a  Chiesa del Santissimo Redentore (Giudecca)

Chegamos pelo Aeroporto Marco Polo que fica no continente (Tessera). Apesar de termos um guia de bolso, a primeira providência foi, como sempre, passar no guichê de informações turísticas (i) para pegar um mapa e pedir algumas informações básicas. Pesquise sobre o Venice Card, mas fique atento para o que está incluído e faça contas. Se for em muitos museus, se hospedar em Mestre e circular muito de vaporetto (tarifas), pode ser interessante.

Palazzo Ca' d'Oro: palacete gótico que hoje abriga um dos muitos museus de Veneza.

Há duas opções menos caras para atravessar a laguna do aeroporto até a cidade: de ônibus ($5) por 15km até a Piazzalle Roma ou de vaporetto ($15), cujo embarcadouro fica ao lado do aeroporto, bastando uma breve caminhada para chegar até lá. Optamos pelo barco, pois a distância do ponto de desembarque (Rialtoaté o nosso destino seria bem menor, e também já podíamos aproveitar o primeiro passeio pelo Canal Grande, principal via de circulação da cidade. Compramos o bilhete no guichê da Alilaguna no próprio embarcadouro. Se você for chegar e partir pelo Marco Polo, as duas opções oferecem um bilhete de ida e volta com desconto. A travessia de barco durou por volta de uma hora.

Ponte di Rialto vista do Vaporetto.

Como ficamos poucos dias, optamos por pernoitar na própria Veneza, mas dizem que em Mestre há opções mais baratas. Sempre vale a pena pesquisar, lembrando de somar o valor do transporte. Nos hospedamos no Ca Mignon ($80/dia), próximo à região da Ponte di Rialto e seu famoso mercado, um dos pontos turísticos mais importantes da cidade. O edifício é velho como tudo em Veneza, sem elevador, mas o quarto era limpo, confortável, com ar condicionado, o banheiro parecia recém reformado e o staff foi atencioso. Como chegamos antes do horário do check-in (15h), deixamos nossas mochilas na recepção (o local não era adequado) e fomos almoçar. O café da manhã era opcional, o que nos deu a oportunidade de conhecer um simpático café ao lado do hotel.

Riva del Vin vista do vaporetto

Nossa primeira refeição italiana foi no Ristorante Vini da Pinto. Pedimos o 'menu turístico', que tinha um preço interessante ($15 a $25 - de acordo com o número de pratos) e várias iguarias típicas, acompanhado do vinho da casa (sempre!). De entrada veio baccalà mantecato (um patê de bacalhau) que achamos sem graça e sarde in saor (sardinhas marinadas em cebola e vinagre) e polenta que estavam uma delícia. Depois, uma massa com frutos do mar e mais alguma coisa que não nos lembramos. O fato é que nos entupimos de comida! O serviço foi mais ou menos, mas até então, não tínhamos outra expectativa.

Baccalà mantecato, sarde in saor e polenta no Vini da Pinto.

Voltamos ao hotel para fazer o check-in, tomar banho e vestir uma roupa fresquinha porque o calor de Veneza é infernal - note que fomos no final do verão! Que lugar quente e muito úmido! Portanto, se puder, escolha uma época de clima mais ameno.  Em seguida saímos para aproveitar o resto do dia perambulando e explorando as vielas da cidade. Compramos um chip TIM para usar a internet (que é barata, mas funciona mal lá também!). Tomamos gelato na Gelateria Paolin (é mais barato se comprar no balcão), comemos suspiro em alguma pastisserie pelo caminho, andamos, andamos, andamos um pouco mais e terminamos o dia tomando prosecco e comendo prosciutto crudo com melão e queijos variados na Riva del Vin, uma esplanada na beira do Canal Grande, onde há vários restaurantes. Jantamos na Trattoria alla Madonna, que é uma tradicional osteria veneziana. A docoração é bem tradicional, logo na entrada há frutos do mar frescos, expostos e à sua escolha. A Va pediu lula em sua própria tinta com polenta (branca) e o Manoéo escolheu um peixe que foi preparado na grelha. O serviço foi eficiente, mas 'seco'.

Foto básica. 

A manhã do segundo dia foi dedicada à Piazza San Marco e os principais edifícios e monumentos que a rodeiam. A primeira vítima foi a Basilica de San Marco. Pense num lugar lotado. Agora triplique a multidão! Na porta da basílica, uma fila gigantesca que nos assustou, mas afinal estávamos lá para isso, certo!? A Va ficou tão chateada que nem tirou muitas fotos... Aquela gente toda estava estragando o cartão postal! Ah! E como dizem que Veneza é cheia em qualquer época do ano, evite os fins de semana e dias festivos!

Fachada do Palazzo Ducale (e a fila!)

A entrada na Basilica di San Marco é gratuita, mas lá dentro, paga-se para visitar o Tesoro ($3) e a Pala D'Oro ($2). Lembra da fila gigante? Era para o Museo di San Marco ($4), portanto, desistimos dele. NÃO leve mochila ou bolsa grande nesta visita ou terá que deixá-la no guarda-volumes, ou seja, duas filas. Quem estava com bolsa pequena, entrou sem problemas e sem tanta demora. Na entrada, fornecem um chale descartável para cobrir os ombros, mas as moças de micro short/saia são barradas! Não é permitido fotografar e há fiscais de olho, mas a multidão sempre arrisca.
 

Fachada da Basilica di San Marco (esq.) e Campanile (dir.)

No interior, o que mais impressiona, depois da dimensão da estrutura (papo de arquiteto?!), são os mosaicos bizantinos predominantemente dourados que cobrem a parte alta das paredes e os tetos abobadados. UAU! O tesouro é uma sala que reúne artefatos litúrgicos feitos de metais e pedras preciosas; a pala é um painel bizantino de ouro todo trabalhado com pérolas e pedras que conta a história de São Marcos. Talvez a sala do tesouro seja a menos interessante, mas pelo preço, até vale a visita.

Basilica - detalhe do mosaico sobre a entrada principal.

De lá fomos visitar o Palazzo Ducale ($16,5) que foi a sede do governo veneziano por muitos séculos. Além da casa do Dodge (governante), o palácio abrigava todas as estruturas do legislativo e judiciário, inclusive a prisão. Fizemos a visita guiada ($20) e passamos pelas principais salas do palácio, pela famosa Ponte dei Sospiri e pela prisão. Esta visita tem horários fixos, por idioma, e dá acesso a algumas áreas à mais que o bilhete convencional, além das curiosidades relatadas pelo guia. Infelizmente não subimos ao Campanile ($8) também por causa da fila, mas a vista lá de cima deve ser fantástica!

Palazzo Ducale: detalhe da fachada (esq.) e pátio interno (dir.)

Nossa próxima parada foi para o almoço na Cantina do Mori para experimentar outra iguaria típica: os chicchetti ($2-3/un.) que são aperitivos (canapés, pequenos sanduíches, azeitonas, etc) que os venezianos costumam comer no lanche da manhã, almoço ou no meio da tarde, sempre acompanhados de uma taça (bicchiere) de vinho ($2-4/un). Os mais baratos são sempre os vinhos da casa que estão acondicionados em barris de madeira, mas há também opções de vinhos especiais mais caros e de outras regiões da Itália.

Entrada (esq.) e detalhe do interior (dir.) da Cantina do Mori.

Ahhhhh... Que lugar sensacional! Além do atendimento fantástico (o Manoéo teve até aulas de italiano!), tudo que comemos e bebemos estava delicioso! É basicamente um corredor com o balcão de um lado e uma bancada de apoio do outro com alguns bancos bem concorridos. Normalmente fica bem cheio, mas como ficamos algum tempo, pudemos aproveitar o lugar mais vazio e bater papo com o staff. Fica meio escondido, mas é bem perto da Ponte di Rialto (mapa). Como os petiscos são por unidade, é bom controlar a conta, para não abusar e conseguir conferir no final!

À tarde pegamos o
vaporetto para conhecer Murano e os famosos vidros fabricados por lá. O lugar é super simpático, as casas são coloridas, é bem menos movimentado, permitindo caminhar e fazer compras com mais tranquilidade e gastando menos que em Veneza. Aliás, NÃO compre coisa alguma em Veneza!

Murano: Torre do relógio e escultura de cristal (esq.), fachada florida (dir.)

Logo na chegada do vaporetto, há um pessoal oferecendo demonstrações nas fábricas por uma contribuição "voluntária" ($10). Nós até fomos, mas foi meio sem graça. Você pode ver como se faz o vidro no Museu del Vetro ($18) se tiver tempo, pois são horários fixos. Para quem quiser gastar mais tempo por lá, dá para passar o dia todo e ir também a Burano.

Fondamenta dei Vetrai: várias lojas, restaurantes e cafés.

Como nosso tempo era curto, ficamos pela Fondamenta dei Vetrai (via principal) e compramos praticamente todos os nossos presentes por ali. Algumas lojas tem artesãos trabalhando em pequenas peças, o que é um show a parte. Depois sentamos num café e experimentamos os drinks típicos Spritz e Bellini (nada demais!) enquanto esperávamos o horário da volta. A noite, já de volta, jantamos num restaurante que não vale a pena indicar.

Nosso trem saía às 13h da estação Santa Lucia, que fica na 'ilha', então acordamos um pouco mais tarde, fizemos o check-out e tomamos café ao lado do hotel. O Manoéo comprou um chapéu típico (rs!) e fomos rumo a Cantina do Mori comprar uma marmita de petiscos para almoçar durante a viagem de 3h20 até Florença. Obviamente seguimos a risca o ditado popular (adaptado) "em Veneza, como os venezianos", e fizemos um lanchinho à base de ciccheti e vinho antes do almoço!

Em frente a estação Santa Lucia. Ciao Veneza!

Na estação, achamos nosso binario (plataforma), validamos nosso bilhete e foi só aguardar a chegada do trem. Como fizemos a compra pelo site da Trenitalia, nossos lugares já estavam reservados. Viajamos de segunda classe por causa do preço ($24/pax). A vantagem de comprar e reservar os bilhetes antecipadamente, é que você pode sentar na janela! O trem era do tipo Intercity, bem confortável... mas estava cheio! E aí a desvantagem da segunda classe: neste trem, a cabine era para 6 pessoas e tivemos a infelicidade de ter como companheiros, em parte da viagem, um casal que não via um chuveiro há alguns dias.

Você tem alguma dúvida? Veja se o post anterior esclarece. Ou mande uma mensagem que a gente tenta responder! Aceitamos sugestões também... Na próxima passagem por lá a gente
experimenta! ;)

Próximas estações: Florença e Pisa.



OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes). Os demais valores são por pessoa ou passageiro (pax).

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