Roteiro realizado em Ago-Set/2011
Cinque Terre é uma região do litoral da Liguria (Mar Mediterrâneo), que compreende cinco vilarejos encrustados nas montanhas à beira-mar. A melhor maneira de chegar até lá é utilizando o transporte ferroviário, mas as "comunas" também podem ser acessadas por rodovia ou pelo mar (exceto Corniglia) e por trilhas que as interligam. Os vilarejos são Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, nesta ordem, à partir de La Spezia em direção a Genova, que está ao norte, aproximadamente à mesma distância. Por Pisa ($11), a viagem dura cerca de uma hora, incluindo uma rápida baldeação na estação La Spezia Centale. A região é patrimônio da UNESCO e faz parte da área de preservação do Parco Nazionale delle Cinque Terre.
Em nossas pesquisas, encontramos diversas recomendações para hospedagem em La Spezia ou outras "comunas" fora do parque, pois teriam preço mais atraente. No entanto, ao realizarmos as buscas e devidas comparações, optamos por ficar em Riomaggiore, pois os preços estavam compatíveis com outros fora dali e poderíamos aproveitar as noites pitorescas do lugar, afinal eram apenas três dias! Claro que seguimos uma dica essencial que foi evitar o fim de semana (essa também vale para Veneza), já que a região é litorânea e era em pleno verão!
Ah! Chegamos... A primeira providência foi passar no guichê do parque, na própria estação, e comprar o Cinque Terre Card que dá direito a usar as trilhas e os meios de transporte, além de descontos em museus e outros benefícios. ATENÇÃO: O vencimento do cartão é até a meia-noite do último dia de validade (ver fim deste post)!
Riomaggiore - Como já era fim de tarde, subimos sem demora para o nosso abrigo ($60), que era um predinho de apartamentos administrado por um casal de idosos, muito simpático e falante (em italiano... rs!). O Manoéo bateu altos papos com a Sra. Lucia, nossa anfitriã. O apartamento era confortável, espaçoso, arejado, sem café da manhã, mas com serviço de 'camareira'. Logo de cara já tivemos uma idéia do que seria nossa jornada por 5 Terre: muito sobe e desce! Tomamos um banho e saímos para o nosso primeiro passeio ao entardecer. Seguimos pela Via dell'Amore (1km), único trecho plano e pavimentado dentre as trilhas do parque, que liga este vilarejo a Mararola, onde fomos jantar.
Manarola - A vista para quem chega por este lado não é a mais encantadora, mas neste momento queríamos mesmo era chegar na Trattoria dal Billy ($$$) para aproveitar o jantar ao por do sol! Atenção: o restaurante é famoso e pequeno, deve ter no máximo umas 20 mesas, portanto faça RESERVA! Nós demos uma sorte tremenda porque fomos os primeiros clientes da noite, sem reserva, e conseguimos uma mesinha no minúsculo corredor de acesso ao salão superior, com a condição de que quando a dona da reserva chegasse, trocássemos de mesa... Gentileza que obviamente aceitamos sem piscar.
Para começar, pedimos logo um vinho (da casa) e l'antipasto misto di mare que é um resumo da cozinha do restaurante, composto de 12 entradas quentes e frias. Sen-sa-cio-nal! Fomos atendidos pelo próprio Billy, a princípio sem saber, e quando ele descobriu que éramos brasileiros (ele ama o Brasil!) ficava batendo papo conosco sempre que dava. Uma figura tão simpática que até a Va falou italiano! Rs...
Para o prato principal a Va pediu pasta verde com mexilhões que estava deliciosa e o Manoéo pediu um peixe na grelha, sugerido pelo Billy, que estava bom, mas nada excepcional. E afinal chegou a dona da reserva e nos encaminharam para uma mesa no salão superior, onde tomamos mais uma garrafa de vinho, batemos mais papo e a Va pediu a sobremesa preferida do Billy, a Torta Caprese que é um bolo de chocolate com amêndoas. Não temos idéia da hora que saímos de lá, mas fomos uns dos últimos clientes a deixar a casa. Foi uma experiência in-crí-vel! Recomendamos com louvor.
No dia seguinte fomos novamente a Manarola e de lá continuamos a trilha rumo a Corniglia. Infelizmente, este trecho está fechado há muito tempo devido a suas más condições. De qualquer maneira, nos deu a oportunidade de apreciar a belíssima vista da segunda vila. De lá pegamos o trem para a última cidade Monterosso al Mare.
Monterosso al Mare - É a maior das cinco vilas, a única com praia, maior infra turística (hotéis, restaurantes, etc) e alguma vida noturna. Chegando lá, conseguimos uma mesa no único bar que há na areia da praia e ficamos por ali tomando cerveja, comendo acciughe salate (anchovas) e relaxando. A praia tem cabines que podem ser locadas, mas se você quiser apenas trocar de roupa ou tomar uma ducha, use o banheiro público ($1-2).
Depois do almoço, fomos rumo a Vernazza. A trilha que liga todas as vilas - Sentiero Azzurro - tem 10km de extensão, sendo que este trecho é de 3km e você vai subir por volta de 200m em metade dessa distância ou menos. O início da trilha é bem íngreme e tem muitos degraus, mas você até esquece do esforço quando vê o visual lá de cima. Se você não tiver um preparo físico mínimo, circule de trem!
Depois de um tempo o caminho fica menos íngreme, mas precisa de cuidado para não tropeçar, pisar em algum buraco ou pedra e machucar-se. Nesse dia tivemos que ficar um tempão parados no meio do caminho, esperando um helicóptero de resgate retirar uma pessoa que torceu o pé. Então, depois de tudo isso chegamos a Vernazza... E que vista! De tirar o fôlego!
Vernazza - É provavelmente a mais charmosa das terras. Ficamos um tempo por ali, sentados no pier ('praia' de cimento), descansando da caminhada e apreciando a vista. O Manoéo teve coragem de pular no mar, do lado de lá do pier... É... aquele onde estão as pedras ali na foto!
Pegamos o trem de volta a Riomaggiore, sonhando com um banho e uma soneca. Mais tarde voltamos a Monterosso al Mare para jantar no Ristorante Miky, que estava fechado então seguimos para o centro para jantar no La Lampara ($$$). Sem reserva, impossível sentar do lado de fora, portanto ficamos lá dentro. Acabou sendo interessante porque ficamos de frente para a área onde o chef (Luigi Corciulo) preparava os pratos a vista dos clientes.
Pedimos antipasto "lampara" um sortido de entradas locais e o vinho regional Cinque Terre (branco). Depois a Va pediu um gnocchi al pesto que foi o melhor nhoque que já comemos na vida e o pesto, nem se fala! Fan-tás-ti-co!! O Manoéo pediu spiedo misto, um misto de frutos do mar (lagostins e baby polvos) grelhados que também estava sensacional. Voltamos no último trem para Riomaggiore. Aliás, fique ligado nos horários dos trens para voltar para sua base! Os trens são SIM pontuais na Itália.
Nosso último dia foi dedicado ao Santuario della Madonna di Montenero, a um passeio de barco para termos outra perspectiva das Cinque Terre e também conhecer Corniglia, o vilarejo central e o último que faltava visitar.
O santuário foi dica da Sra. Lucia, nossa anfitriã. Ela falou maravilhas sobre a vista e disse que ia lá toda semana. Nos ensinou como alcançar a trilha e lá fomos nós. Bobinhos! A trilha é provavelmente mais íngreme que a do dia anterior, além de mais longa (4,5km)! Mas já estávamos lá e se a 'velhinha' conseguia, nós também! Sem falar nos outros 'hikers' que encontramos pelo caminho... A Va quase morre! Agora é até engraçado lembrar... A vista é realmente maravilhosa! Com o céu azul e quase sem nuvens, podíamos ver toda a baía das cinco terras, além da vista de Riomaggiore que ainda não tínhamos apreciado.
Na descida, descobrimos o caminho mais curto que termina na rodovia, por onde voltamos até a cidade. Foi tenso! A estrada não tem acostamento, é super sinuosa e os italianos dirigem feito loucos! Se for até lá, há linhas de ônibus que levam ao pé desta trilha, mas fique ligado no horário da volta, pois os intervalos são enormes. A parte boa de termos descido a pé, foi a parada estratégica e deliciosa para um lanche no Il sole a 180° ($$), onde comemos presunto cru com melão e focaccia de frente para a vista fantástica das Cinque Terre. Dica: Se você não tiver disposição para ir ao santuário, vá ao restaurante!
O próximo passo foi descer até o embarcadouro de Riomaggiore e pegar o barco rumo a Portovenere - cidade vizinha ao sul de Cinque Terre - e de lá voltar até Monterosso al Mare, para ver todas as vilas pelo mar (consulte os preços aqui). Enquanto esperávamos pelo barco, tomamos sorvete ($4-6), o Manoéo alugou uma máscara com snorkel ($5) e deu um mergulho rápido para ver os peixinhos!
Do barco, a vista é impressionante! Como é que alguém teve a ideia de se estabelecer desse jeito nessas montanhas?! Descemos rapidamente em Portovenere, mas só deu tempo de comprar um lanche e voltar para o barco, pois era o último horário. Este passeio de barco é essencial! É do mar que você vai ter algumas das vistas mais incríveis dos vilarejos.
Desembarcamos em Monterosso, apenas para pegar o trem até Corniglia.
Corniglia - É a menor das vilas e a única que não tem acesso pelo mar, pois está encrustada num enorme rochedo. Saindo da estação, havia um ônibus que leva até o centro, mas resolvemos seguir o fluxo e chegamos ao pé de uma enorme escadaria que leva à cidade. Imaginem a cara de desespero da Va... Imaginaram? O ônibus já tinha ido, então o jeito foi subir por ali. E haja panturrilha!! Chegando lá no topo, obviamente esbaforidos, nos deparamos com uma simpática placa que dava "parabéns por ter vencido os 382 degraus e chegado à cidade". 'Simpáticos', não? A placa lá embaixo tem um desenho sugestivo...
Após uma paradinha para recuperar o fôlego, fomos em direção ao centro, em busca do restaurante onde iríamos jantar. Como chegamos cedo, fomos circular pela vila. E assim passeando, chegamos ao simpático Largo Taragio, onde havia um grupo tocando ao vivo. Então sentamos numa das mesinhas ao ar livre, tomamos umas cervejas, passeamos um pouco mais e o esforço da subida foi recompensado pelo belo por do sol!
Seguimos para o Ristorante Cecio ($$$) que tem um terraço bem aconchegante com vista para o mar. Pedimos vinho da casa (que novidade!), mas desta vez pulamos o antipasto e fomos direto ao primo piato, um risoto ao pesto com camarões e lulas. Hmmm... Delicioso! Por último o secondi piato foi um misto de frutos do mar e peixe grelhados, que também estava uma delícia, mas foi exagero (veja a foto aí embaixo...)!
Voltamos rolando de tanto comer, mas ainda fizemos uma última parada para um chope no único boteco (aberto) de Riomaggiore, antes de nos recolher. A idéia era dormir até mais tarde, pois não tínhamos planos para a manhã seguinte. Nosso único compromisso era chegar a La Spezia à tempo de pegar o trem com destino a Roma ($37/pax), que saía somente às 16h.
A manhã foi tranquila. Depois de deixarmos nosso 'cafofo', tomamos café da manhã no boteco, passeamos pelo centrinho da vila e tivemos a brilhante ideia de comprar pão de focaccia, frios, mozzarella di bufala e pesto para levar e fazer um lanche durante o percurso do trem, pois não fizemos planos para o almoço. Por fim, sem mais o que fazer, fomos mais cedo para La Spezia. E eis que neste momento 'pagamos o mico' da viagem... Nós achamos que o cartão do parque valia 3 dias, ou seja, 72 horas... Bobinhos! Imagina a nossa cara quando o fiscal do trem explicou que a validade era só até as 23h59 do terceiro dia. Imaginou? Pois é... A multa era de $50 por cabeça, mas o Manoéo conseguiu negociar e pagamos 'só' por um! Doeu o coração entregar aquela cédula... Então fica a dica: preste atenção nas validades dos bilhetes, cartões e qualquer coisa do gênero. Se tiver dúvida, pergunte!
Chegando a La Spezia, e graças à astúcia do Manoéo, trocamos nosso bilhete para um horário mais cedo, pagando uma pequena diferença de tarifa ($8/pax), que nos rendeu três horas a mais no próximo destino.
IMPORTANTE: Infelizmente, em Outubro/2011 a região sofreu com uma enxurrada que a devastou. Aparentemente, Monterosso e Vernazza foram as mais prejudicadas e há muitas obras de reconstrução. Por este motivo, todas as tarifas foram atualizadas, visando angariar fundos para a recuperação da região. Portanto, quando for até lá, lembre-se de verificar como estão as coisas. No blog do Ricardo Freire tem um update interessante (Mar/2012).
Você tem alguma dúvida? Veja se o 1º post desta série esclarece. Ou mande uma mensagem que a gente tenta responder! Aceitamos sugestões também... Na próxima passagem por lá a gente experimenta! ;)
Próxima estação: Roma.
OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes). Os demais valores são por pessoa ou passageiro (pax).
Cinque Terre vista do alto.
Em nossas pesquisas, encontramos diversas recomendações para hospedagem em La Spezia ou outras "comunas" fora do parque, pois teriam preço mais atraente. No entanto, ao realizarmos as buscas e devidas comparações, optamos por ficar em Riomaggiore, pois os preços estavam compatíveis com outros fora dali e poderíamos aproveitar as noites pitorescas do lugar, afinal eram apenas três dias! Claro que seguimos uma dica essencial que foi evitar o fim de semana (essa também vale para Veneza), já que a região é litorânea e era em pleno verão!
Ah! Chegamos... A primeira providência foi passar no guichê do parque, na própria estação, e comprar o Cinque Terre Card que dá direito a usar as trilhas e os meios de transporte, além de descontos em museus e outros benefícios. ATENÇÃO: O vencimento do cartão é até a meia-noite do último dia de validade (ver fim deste post)!
Via dell'Amore - de Riomaggiore a Manarola
Riomaggiore - Como já era fim de tarde, subimos sem demora para o nosso abrigo ($60), que era um predinho de apartamentos administrado por um casal de idosos, muito simpático e falante (em italiano... rs!). O Manoéo bateu altos papos com a Sra. Lucia, nossa anfitriã. O apartamento era confortável, espaçoso, arejado, sem café da manhã, mas com serviço de 'camareira'. Logo de cara já tivemos uma idéia do que seria nossa jornada por 5 Terre: muito sobe e desce! Tomamos um banho e saímos para o nosso primeiro passeio ao entardecer. Seguimos pela Via dell'Amore (1km), único trecho plano e pavimentado dentre as trilhas do parque, que liga este vilarejo a Mararola, onde fomos jantar.
Em Manarola a caminho do restaurante.
Manarola - A vista para quem chega por este lado não é a mais encantadora, mas neste momento queríamos mesmo era chegar na Trattoria dal Billy ($$$) para aproveitar o jantar ao por do sol! Atenção: o restaurante é famoso e pequeno, deve ter no máximo umas 20 mesas, portanto faça RESERVA! Nós demos uma sorte tremenda porque fomos os primeiros clientes da noite, sem reserva, e conseguimos uma mesinha no minúsculo corredor de acesso ao salão superior, com a condição de que quando a dona da reserva chegasse, trocássemos de mesa... Gentileza que obviamente aceitamos sem piscar.
Pôr do sol na Trattoria dal Billy.
Para começar, pedimos logo um vinho (da casa) e l'antipasto misto di mare que é um resumo da cozinha do restaurante, composto de 12 entradas quentes e frias. Sen-sa-cio-nal! Fomos atendidos pelo próprio Billy, a princípio sem saber, e quando ele descobriu que éramos brasileiros (ele ama o Brasil!) ficava batendo papo conosco sempre que dava. Uma figura tão simpática que até a Va falou italiano! Rs...
Trattoria dal Billy - parte da entrada.
Para o prato principal a Va pediu pasta verde com mexilhões que estava deliciosa e o Manoéo pediu um peixe na grelha, sugerido pelo Billy, que estava bom, mas nada excepcional. E afinal chegou a dona da reserva e nos encaminharam para uma mesa no salão superior, onde tomamos mais uma garrafa de vinho, batemos mais papo e a Va pediu a sobremesa preferida do Billy, a Torta Caprese que é um bolo de chocolate com amêndoas. Não temos idéia da hora que saímos de lá, mas fomos uns dos últimos clientes a deixar a casa. Foi uma experiência in-crí-vel! Recomendamos com louvor.
Pasta verde com mexilhões.
Peixe local na grelha.
No dia seguinte fomos novamente a Manarola e de lá continuamos a trilha rumo a Corniglia. Infelizmente, este trecho está fechado há muito tempo devido a suas más condições. De qualquer maneira, nos deu a oportunidade de apreciar a belíssima vista da segunda vila. De lá pegamos o trem para a última cidade Monterosso al Mare.
Manarola vista de quem vem de Corniglia.
Monterosso al Mare - É a maior das cinco vilas, a única com praia, maior infra turística (hotéis, restaurantes, etc) e alguma vida noturna. Chegando lá, conseguimos uma mesa no único bar que há na areia da praia e ficamos por ali tomando cerveja, comendo acciughe salate (anchovas) e relaxando. A praia tem cabines que podem ser locadas, mas se você quiser apenas trocar de roupa ou tomar uma ducha, use o banheiro público ($1-2).
Praia em Monterosso al Mare.
Acciughe salate e cerveja!
Depois do almoço, fomos rumo a Vernazza. A trilha que liga todas as vilas - Sentiero Azzurro - tem 10km de extensão, sendo que este trecho é de 3km e você vai subir por volta de 200m em metade dessa distância ou menos. O início da trilha é bem íngreme e tem muitos degraus, mas você até esquece do esforço quando vê o visual lá de cima. Se você não tiver um preparo físico mínimo, circule de trem!
Escadaria na trilha (esq.), carrinho para cultivar os vinhedos e vista pela trilha (dir.).
Monterosso vista pela trilha (Sentiero Azzurro).
Vernazza vista pela chegada da trilha.
Vernazza - É provavelmente a mais charmosa das terras. Ficamos um tempo por ali, sentados no pier ('praia' de cimento), descansando da caminhada e apreciando a vista. O Manoéo teve coragem de pular no mar, do lado de lá do pier... É... aquele onde estão as pedras ali na foto!
Banho de mar em Vernazza.
Pegamos o trem de volta a Riomaggiore, sonhando com um banho e uma soneca. Mais tarde voltamos a Monterosso al Mare para jantar no Ristorante Miky, que estava fechado então seguimos para o centro para jantar no La Lampara ($$$). Sem reserva, impossível sentar do lado de fora, portanto ficamos lá dentro. Acabou sendo interessante porque ficamos de frente para a área onde o chef (Luigi Corciulo) preparava os pratos a vista dos clientes.
Jantar no La Lampara: spiedo misto (esq.) e gnocchi al pesto (dir.)
Pedimos antipasto "lampara" um sortido de entradas locais e o vinho regional Cinque Terre (branco). Depois a Va pediu um gnocchi al pesto que foi o melhor nhoque que já comemos na vida e o pesto, nem se fala! Fan-tás-ti-co!! O Manoéo pediu spiedo misto, um misto de frutos do mar (lagostins e baby polvos) grelhados que também estava sensacional. Voltamos no último trem para Riomaggiore. Aliás, fique ligado nos horários dos trens para voltar para sua base! Os trens são SIM pontuais na Itália.
Nosso último dia foi dedicado ao Santuario della Madonna di Montenero, a um passeio de barco para termos outra perspectiva das Cinque Terre e também conhecer Corniglia, o vilarejo central e o último que faltava visitar.
Riomaggiore na beira do mar (esq.) e o Santuário no topo (dir.).
O santuário foi dica da Sra. Lucia, nossa anfitriã. Ela falou maravilhas sobre a vista e disse que ia lá toda semana. Nos ensinou como alcançar a trilha e lá fomos nós. Bobinhos! A trilha é provavelmente mais íngreme que a do dia anterior, além de mais longa (4,5km)! Mas já estávamos lá e se a 'velhinha' conseguia, nós também! Sem falar nos outros 'hikers' que encontramos pelo caminho... A Va quase morre! Agora é até engraçado lembrar... A vista é realmente maravilhosa! Com o céu azul e quase sem nuvens, podíamos ver toda a baía das cinco terras, além da vista de Riomaggiore que ainda não tínhamos apreciado.
Pela trilha até o Santuario della Madonna di Montenero.
No santuário, vista da baía das 5 Terre.
Na descida, descobrimos o caminho mais curto que termina na rodovia, por onde voltamos até a cidade. Foi tenso! A estrada não tem acostamento, é super sinuosa e os italianos dirigem feito loucos! Se for até lá, há linhas de ônibus que levam ao pé desta trilha, mas fique ligado no horário da volta, pois os intervalos são enormes. A parte boa de termos descido a pé, foi a parada estratégica e deliciosa para um lanche no Il sole a 180° ($$), onde comemos presunto cru com melão e focaccia de frente para a vista fantástica das Cinque Terre. Dica: Se você não tiver disposição para ir ao santuário, vá ao restaurante!
Escadaria na trilha mais curta ao santuário (esq.) e lanche no Il sole a 180° (dir.).
O próximo passo foi descer até o embarcadouro de Riomaggiore e pegar o barco rumo a Portovenere - cidade vizinha ao sul de Cinque Terre - e de lá voltar até Monterosso al Mare, para ver todas as vilas pelo mar (consulte os preços aqui). Enquanto esperávamos pelo barco, tomamos sorvete ($4-6), o Manoéo alugou uma máscara com snorkel ($5) e deu um mergulho rápido para ver os peixinhos!
Mergulho em Riomaggiore.
Do barco, a vista é impressionante! Como é que alguém teve a ideia de se estabelecer desse jeito nessas montanhas?! Descemos rapidamente em Portovenere, mas só deu tempo de comprar um lanche e voltar para o barco, pois era o último horário. Este passeio de barco é essencial! É do mar que você vai ter algumas das vistas mais incríveis dos vilarejos.
Riomaggiore vista pelo mar.
Manarola vista pelo mar.
Corniglia vista pelo mar.
Vernazza vista pelo mar.
Monterosso al Mare vista pelo mar.
Corniglia - É a menor das vilas e a única que não tem acesso pelo mar, pois está encrustada num enorme rochedo. Saindo da estação, havia um ônibus que leva até o centro, mas resolvemos seguir o fluxo e chegamos ao pé de uma enorme escadaria que leva à cidade. Imaginem a cara de desespero da Va... Imaginaram? O ônibus já tinha ido, então o jeito foi subir por ali. E haja panturrilha!! Chegando lá no topo, obviamente esbaforidos, nos deparamos com uma simpática placa que dava "parabéns por ter vencido os 382 degraus e chegado à cidade". 'Simpáticos', não? A placa lá embaixo tem um desenho sugestivo...
Placa na base da escada (esq.), 'A' escadaria, placa no final da subida (dir.).
Largo Taragio em Corniglia.
Por do sol em Corniglia.
Seguimos para o Ristorante Cecio ($$$) que tem um terraço bem aconchegante com vista para o mar. Pedimos vinho da casa (que novidade!), mas desta vez pulamos o antipasto e fomos direto ao primo piato, um risoto ao pesto com camarões e lulas. Hmmm... Delicioso! Por último o secondi piato foi um misto de frutos do mar e peixe grelhados, que também estava uma delícia, mas foi exagero (veja a foto aí embaixo...)!
Risoto ao pesto (esq.) e misto de frutos do mar na grelha (dir.).
Voltamos rolando de tanto comer, mas ainda fizemos uma última parada para um chope no único boteco (aberto) de Riomaggiore, antes de nos recolher. A idéia era dormir até mais tarde, pois não tínhamos planos para a manhã seguinte. Nosso único compromisso era chegar a La Spezia à tempo de pegar o trem com destino a Roma ($37/pax), que saía somente às 16h.
A manhã foi tranquila. Depois de deixarmos nosso 'cafofo', tomamos café da manhã no boteco, passeamos pelo centrinho da vila e tivemos a brilhante ideia de comprar pão de focaccia, frios, mozzarella di bufala e pesto para levar e fazer um lanche durante o percurso do trem, pois não fizemos planos para o almoço. Por fim, sem mais o que fazer, fomos mais cedo para La Spezia. E eis que neste momento 'pagamos o mico' da viagem... Nós achamos que o cartão do parque valia 3 dias, ou seja, 72 horas... Bobinhos! Imagina a nossa cara quando o fiscal do trem explicou que a validade era só até as 23h59 do terceiro dia. Imaginou? Pois é... A multa era de $50 por cabeça, mas o Manoéo conseguiu negociar e pagamos 'só' por um! Doeu o coração entregar aquela cédula... Então fica a dica: preste atenção nas validades dos bilhetes, cartões e qualquer coisa do gênero. Se tiver dúvida, pergunte!
Chegando a La Spezia, e graças à astúcia do Manoéo, trocamos nosso bilhete para um horário mais cedo, pagando uma pequena diferença de tarifa ($8/pax), que nos rendeu três horas a mais no próximo destino.
IMPORTANTE: Infelizmente, em Outubro/2011 a região sofreu com uma enxurrada que a devastou. Aparentemente, Monterosso e Vernazza foram as mais prejudicadas e há muitas obras de reconstrução. Por este motivo, todas as tarifas foram atualizadas, visando angariar fundos para a recuperação da região. Portanto, quando for até lá, lembre-se de verificar como estão as coisas. No blog do Ricardo Freire tem um update interessante (Mar/2012).
Você tem alguma dúvida? Veja se o 1º post desta série esclarece. Ou mande uma mensagem que a gente tenta responder! Aceitamos sugestões também... Na próxima passagem por lá a gente experimenta! ;)
Próxima estação: Roma.
OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes). Os demais valores são por pessoa ou passageiro (pax).
Nenhum comentário:
Postar um comentário